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Impulso de open finance da Colômbia abre o caminho para ecossistemas financeiros centrados no cliente

Por Veritran - 25 de Outubro de 2022 - Categoria : Ecossistema de pagamento
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No VNEXT (Remix), o nosso podcast, falamos com Ana María Tobar, CEO da ADL Lab no Grupo Aval na Colômbia, sobre o progresso das finanças abertas naquele país e as chaves para a construção de ecossistemas financeiros abrangentes centrados no cliente

As instituições financeiras estão passando por uma profunda transformação. Uma das mais claras representações disto é a procura de novos modelos de relacionamento com os consumidores, que se destacam por oferecer uma hiperpersonalização constante e experiências que proporcionam surpresa e lealdade.

Neste sentido, o esquema de finanças abertas     , também conhecido como open finance e explicado como o princípio da partilha de informação não só dos bancos, mas de qualquer instituição financeira, representa uma iniciativa que permite transformar as interacções com os usuários por meio de jornadas feitas à medida. As instituições estão, progresivamente, alinhando-se a estes modelos, a fim de distribuir produtos no contexto de grandes e diversos ambientes digitais

"O mais valioso desta iniciativa, como a vemos no Grupo Aval, é poder percorrer o caminho que nos leva a contribuir para a evolução dos ecossistemas digitais", diz Ana María Tobar, CEO da ADL Lab do Grupo Aval de Colombia. "Estas tornaram-se, cada vez mais, importantes, à medida que as tecnologias permitem às empresas expandir o âmbito dos seus modelos de negócio.”

Embora o sector financeiro esteja concentrado neste processo, as experiências dinâmicas e sem fricções continuam relegadas, de acordo com o Relatório 2022 da Capgemini sobre bancos de varejo. O relatório salienta que quase metade dos executivos bancários entrevistados a nível mundial reconhecem que têm dificuldade em fornecer processos de onboarding digital e produtos personalizados, devido à incapacidade de enriquecimento dos seus dados, o que afecta a sua capacidade de gerar o factor "wow".

A partilha de dados e interfaces com outras indústrias por meio de open finance é uma porta de entrada para melhorar substancialmente as relações com os clientes.

Assim, estruturam-se ecossistemas que, muitas vezes, atravessam as fronteiras tradicionais da indústria, incorporando diferentes participantes setoriais no mesmo cenário, para fornecer aos clientes os serviços de que necessitam na plataforma onde navegam enquanto fornecem valor.  Tal como é feito pelo Grupo Aval, que se concentra em levar os seus produtos e serviços para onde se encontram as necessidades dos clientes, assegura a CEO.

Em resumo, a construção de ecossistemas financeiros procura alcançar plataformas polivalentes, onde diferentes atores de empresas e setores trabalham em colaboração para melhorar os processos empresariais. Tudo isto, com o objectivo de oferecer alternativas financeiras a indivíduos e a empresas de diferentes segmentos.

Open finance visa ao compartilhamento de informações e serviços financeiros, não só centrado nos bancos,mas também em qualquer organização. É uma forma de gerar modelos de negocios inovadores, ao mesmo tempo que fornece produtos em aplicações de terceiros.

O QUE PODEMOS APRENDER COM A EXPERIÊNCIA COLOMBIANA?

Na Colômbia, as finanças  abertas estão em um momento importante, uma vez que o Decreto 1297 foi estabelecido. Trata-se de uma intervenção regulamentar baseada em princípios e regras gerais que promovem o banco aberto com maior concorrência, inclusão e eficiência na prestação de serviços financeiros.

Esta medida traz consigo regras precisas para o compartilhamento de dados, parâmetros claros que as empresas devem considerar, no que diz respeito ao início dos pagamentos e o fortalecimento da proteção aos usuários na era digital.

"A Colômbia tem feito um exercício muito valioso na proteção do consumidor financeiro, em torno destas questões regulamentares, às quais nós, bancos,  temos que nos  adaptar", acrescenta Tobar.

A CEO acrescentou que as instituições financeiras na Colômbia e em todo o mundo têm mudado constantemente, devido a fatores da era digital, o que significa que têm de reagir de modo a permanecerem relevantes.

Neste caso particular, é necessário estabelecer alianças com entidades que vão para além dos serviços financeiros e se envolvam com outros tipos de organizações, tais como os segmentos de turismo, saúde, marketing ou telecomunicações.

De acordo com a executiva, para alcançar isso, o foco deve ser colocado na inclusão financeira e na carteira de produtos, personalizando constantemente a oferta para satisfazer as novas necessidades que surgem. Por este motivo, ela insiste na ideia de "estar onde estão os interesses do cliente. Compreendê-los de uma forma melhor para tirar proveito desta hiperpersonalização em seu benefício".

Em suma, o que open finance procura oferecer é integrar serviços financeiros no maior número possível de ecossistemas, incluindo cada vez mais clientes.

O sistema bancário está, portanto, atravessando um momento importante para o seu desenvolvimento. Nas palavras de Tobar, "outros players começam a aparecer, como fintechs e gigantes digitais que complementam as carteiras dos produtos atuais". Assim, cabe aos bancos construir pontes tecnológicas e comerciais para se integrarem a estas dinâmicas, para que os consumidores possam ter informação centralizada, independentemente do número de entidades com as quais interagem.

Segundo a executiva, a chave da integração entre as diferentes entidades é considerar as questões de incorporação, regulamentação e conformidade em cada país, bem como os aspectos de proteção de dados que os usuários tenham decidido compartilhar.

A integração traz consigo benefícios que ainda estão a evoluir, mas que já estão dando os primeiros passos para serem substanciais. Estamos no início de uma explosão de ofertas personalizadas, crédito mais acessível e uma crescente centralização dos serviços de diferentes entidades num único local, entre outros fenômenos que aproximarão os clientes dos seus bancos, fazendo-os sentir-se no centro.

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