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Web3: de que se trata o novo paradigma da Internet que irá reinventar o papel das instituições financeiras?

Por Veritran - 25 de Outubro de 2022 - Categoria : Tendência
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Esta fase online repensa as formas como conteúdo, produtos e serviços são criados, compartilhados e monetarizados. Abraçar as possibilidades que ela traz permitirá que as empresas se reinventem e se mantenham relevantes

DO QUE ESTAMOS FALANDO QUANDO FALAMOS DA WEB3?

A Web3 é a terceira geração da Internet que promete aumentar a propriedade do usuário ao permitir que os criadores digitais possuam seu conteúdo online. Esta nova etapa de navegação é acompanhada por um sistema de intercâmbio econômico totalmente sem precedentes no qual blockchain e os serviços financeiros virtuais estão no centro.

Segundo os estudiosos da Internet, esta é uma fase que se desprende dos dois precedentes: Web1 e Web2. AWeb1 abrangeria a navegação entre 1990 e o início dos anos 2000, caracterizada pelo surgimento de blogs, fóruns de mensagens e páginas web estáticas. A Web2, por outro lado, teria começado por volta de 2005, com o surgimento de gigantes das redes sociais, como Facebook, Twitter e YouTube. Foi quando os visualizadores da Web1 começaram a criar e publicar seu próprio conteúdo.

Agora, espera-se que a Web3 — um conceito ainda em desenvolvimento — impulsione o compartilhamento e a monetização de conteúdo, de produtos e deserviços sem intermediários e de forma descentralizada. Videogames que recompensam os jogadores com fichas criptográficas ou plataformas de economia compartilhada são apenas alguns exemplos que cristalizam esta fase.

No caso de transações comerciais, o objetivo seria prescindir de uma plataforma de comércio eletrônico que aproximasse o vendedor e o consumidor final, garantindo ao mesmo tempo uma comissão. A ideia é que a oferta e a demanda se encontrem diretamente.

O PAPEL DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS

Em termos concretos, como qualquer pessoa poderá possuir seus ativos na rede, por meio da compra e venda de ativos tokenizados  e intercambiados de maneira virtual, será necessário que bancos, fintechs e a indústria de serviços financeiros em geral criem infraestruturas e mídias digitais compatíveis com blockchain  para o armazenamento, o investimento e o uso desses ativos.

De carteiras a trilhas de pagamento, passando por modelos de crédito a ferramentas de investimento, há uma variedade de oportunidades de negócios que podem preservar a relevância contínua das instituições do setor. Trata-se não apenas de reafirmar seu papel tradicional, mas de reinventá-lo, de acordo com as exigências desta nova era.

Com relação à guarda e à troca de ativos tokenizados, o desenvolvimento de produtos está, portanto, caminhando para meios e canais virtuais que permitem a transformação do dinheiro eletrônico em moeda convencional; e vice-versa. É por isso que estamos falando de carteiras virtuais e cartões que permitem aos usuários usar moedas criptográficas ou NFT (token não-fungível) em suas compras físicas e digitais.

Como sinal da crescente importância que o paradigma está adquirindo, um estudo recente da empresa de consultoria Bain & Co. indica que o investimento em tecnologias alinhadas à Web3 tem crescido rapidamente desde 2021, ultrapassando US$ 80 bilhões globalmente. Mais da metade desse montante (US$ 48 bilhões) foi colocada em empresas do setor financeiro que estão desenvolvendo esses serviços relacionados a tokens, blockchain e contratos inteligentes, que são acordos que são desenvolvidos na cadeia de blocos e, portanto, não podem ser alterados.

Presume-se que a Web3 representará uma evolução destes protocolos ao permitir que os criadores de conteúdo vendam seu conteúdo ou o disponibilizem diretamente à comunidade, sem gerar lucro econômico para empresas que hoje centralizam informações. Isto exigirá um sistema de intercâmbio econômico seguro e ágil, e é precisamente aqui que as instituições têm um papel fundamental a desempenhar.

Nesta linha de exploração, instituições espanholas como o BBVA já implementaram algumas práticas interessantes baseadas em blockchain. Juntamente com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Bolsa de Valores espanhola, colocou, recentemente,o primeiro título listado em um mercado regulamentado registrado utilizando a tecnologia blockchain. A plataforma pode servir de base para questões futuras tanto na Espanha como na América Latina e no Caribe.

Na Colômbia, por outro lado, a Superintendência Financeira está mostrando avanços experimentais dentro de um espaço de teste controlado (ou sandbox) sobre formas de usar dinheiro local (pesos colombianos) mantido em contas de bancos tradicionais como o Bancolombia ou o Banco de Bogotá para comprar moedas criptográficas, que são, então, hospedadas em carteiras digitais de plataformas criptográficas.

Em resumo, falar de Web3 implica lidar com um conceito cujo significado ainda está evoluindo, como qualquer novo paradigma que se abre. O que está claro é que a navegação, tal como a conhecemos, vai sofrer uma mutação para sempre.

A Web3 está surgindo como uma revolução que transformará o setor financeiro e a forma como os serviços voltados para o cliente são criados. Por esta razão, é importante que as instituições se preparem e definam sua visão para o futuro, a fim de gerar valor a partir das oportunidades e benefícios que cada revolução traz.

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